Ibid., p. 267
The Book of Disquiet
Original: Por enquanto, visto que vivemos em sociedade, o único dver dos superiores é reduzirem ao mínimo a sua participação na vida da tribo. Não ler jornais, ou lê-los só para saber o que de pouco importante ou curioso se passa.
[...] O supremo estado honroso para um homem superior é não saber quem é o chefe de Estado do seu país, ou se vive sob monarquia ou sob república.
Toda a sua atitude deve ser colocar-se a alma de modo que a passagem das coisas, dos acontecimentos não o incomode. Se o não fizer terá que se interessar pelos outros, para cuidar de si próprio.
Fernando Pessoa: Frases en inglés (página 11)
Fernando Pessoa era poeta portugués. Frases en inglés.“Life is a thread that someone entangled.”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: A vida é um novelo que alguém emaranhou.
“I pass times, I pass silences, formless worlds pass me by.”
Ibid., p. 60
The Book of Disquiet
Original: Paso tempos, passo silêncios, mudos sem forma passam por mim.
“Here lies, on the small farthest beach,
the Captain of the End.”
Poem "Bartolomeu Dias", verses 1-2
Message
Original: Jaz aqui, na pequena praia extrema,
o Capitão do Fim.
“The end is low, like all quantitative ends, personal or not, and it can be attained and verified.”
Ibid., p. 149
The Book of Disquiet
Original: O fim é baixo, comotodos os fins quantitativos, pessoais ou não, e é atingível e verificável.
“I exempt you of being present in my idea of you.”
Ibid., p. 290
The Book of Disquiet
Original: Dispenso-a de comparecer na minha ideia de si.
Ibid., p. 121
The Book of Disquiet
Original: O império supremo é o do Imperador que abdica de toda a vida normal, dos outros homens, em quem o cuidado da supremacia não pesa como um fardo de jóias.
Ibid., p. 218
The Book of Disquiet
Original: Ser major reformado parece-me uma coisa ideal. É pena não se poder ter sido eternamente apenas major reformado.
“I always live in the present. The future I can't know. The past I no longer have.”
Ibid., p. 118
The Book of Disquiet
Original: Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho.
“God gave the sea the danger and the abyss,
but it was in it that He mirrored the sky.”
Poem "Mar Português", Verses 11-12
Message
Original: Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
“When I write, I solemnly visit myself.”
Ibid., p. 287
The Book of Disquiet
Original: Quando escrevo, visito-me solenemente.
Ibid., p. 60
The Book of Disquiet
Original: O relógio da casa, lugar certo lá ao fundo das coisas, soa a meia hora seca e nula. Tudo é tanto, tudo é tão fundo, tudo é tão negro e frio!
Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que'eu saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora...
Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.
Álvaro de Campos (heteronym), "A Frescura" (1929), in Fernando Pessoa & Co: Selected Poems, trans. Richard Zenith (Grove Press, 1998)
“Oh Portugal, today you are fog…
The Hour has come!”
Poem "Nevoeiro", verse 13-14
Message
Original: Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
“I don't write in Portuguese. I write myself.”
Ibid., p. 353
The Book of Disquiet
Original: Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo.
Ibid., p. 266
The Book of Disquiet
Original: Irrita-me a felicidade de todos estes homens que não sabem que são infelizes.[...] Por isto, contudo, amo-os a todos. Meus queridos vegetais!
“I reread? I lied! I don't dare to reread. I cannot reread. What's the point, for me, in rereading?”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: Releio? Menti! Não ouso reler. Não posso reler. De que me serve reler?
<p>À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.</p><p>Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!</p>
Álvaro de Campos (heteronym), Ode Triunfal ["Triumphal Ode"] (1914), in A Little Larger Than the Entire Universe, trans. Richard Zenith (Penguin, 2006)