English note by the hand of the poet in the same paper sheet: Your poems are of interest to mankind; your liver isn't. Drink till you write well and feel sick. Bless your poems and be damned to you.
Ibid., p. 229
The Book of Disquiet
Original: Se um homem escreve bem só quando está bêbado dir-lhe-ei: embebede-se- E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso, respondo: o que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto.
Fernando Pessoa: Frases en inglés (página 8)
Fernando Pessoa era poeta portugués. Frases en inglés.“Be plural, like the universe!”
Sê plural como o universo!
Páginas Íntimas e de Auto Interpretação (published posthumously, 1966)
“The sea with an end can be Greek or Roman:
the endless sea is Portuguese.”
Poem "Padrão", Versos 11-12
Message
Original: O mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.
“I'm a man for whom the outside world is an inner reality.”
Ibid., p. 376
The Book of Disquiet
Original: Sou um homem para quem o mundo exterior é uma realidade interior.
“Deceiving himself well is the first quality of the statesman.”
Ibid., p. 241
The Book of Disquiet
Original: Saber iludir-se bem é a primeira qualidade do estadista.
<p>Original: E a suprema glória disto tudo, meu amor, é pensar que talvez isto não seja verdade, nem eu o creia verdadeiro.</p><p>E quando a mentira comece a dar-nos prazer, falemos a verdade para lhe mentirmos.</p>
Ibid., p. 280
The Book of Disquiet
“Myth is the nothing that is everything.”
Poem "Ulisses", verse 1
Message
Original: O mito é o nada que é tudo.
"A Factless Autobiography", number 3, tr. by Richard Zenith
The Book of Disquiet
“Common man, no matter how hard life is to him, at least has the fortune of not thinking it.”
Ibid., p. 181
The Book of Disquiet
Original: O homem vulgar, por mais dura que lhe seja a vida, tem ao menos a felicidade de a não pensar.
“The beauty of a naked body is felt only by the dressed races.”
Ibid., p. 75
The Book of Disquiet
Original: A beleza de um corpo nu só o sentem as raças vestidas.
“The slope takes you to the windmill, but effort takes you nowhere.”
Ibid., p. 171
The Book of Disquiet
Original: A ladeira leva ao moinho, mas o esforço não leva a nada.
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos)
.....
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Ricardo Reis (heteronym), ode translated by Peter Rickard.
“Yes, talking to people makes me sleepy.”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: Sim, falar com gente dá-me vontade de dormir.
“Ah, to be you while being I!
To have your glad unconsciousness
And be conscious of it!”
Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso!
"Ela canta, pobre ceifeira" ["She sings, poor reaper"], first published in Athena, no. 3 (December 1924); trans. Richard Zenith, A Little Larger Than the Entire Universe (Penguin, 2006)
“Against destiny I fulfilled my duty.
Uselessly? No, for I fulfilled it.”
Poem "D. Duarte", verses 5-6
Message
Original: Cumpri contra o Destino o meu dever.
Inutilmente? Não, porque o cumpri.
Ibid., p. 133
[X]: text missing in the manuscript.
The Book of Disquiet
Original: Contentar-se com o que lhe dão é próprio dos escravos. Pedir masi é próprio das crianças. Conquistar mais é próprio dos loucos [porque toda a conquista é [X]]
“Changing from the ghosts of faith to the spectres of reason is just changing cells.”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: Passar dos fantasmas da fé para os espectros da razão é somente ser mudado de cela.
Ibid., p. 279
The Book of Disquiet
Original: Porque é bela a arte? Porque é inútil. Porque é feia a vida? Porque é toda fins e propósitos e intenções.
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos...
E não nos dará mais nada, porque dar-nos mais seria tirar-nos mais.
Alberto Caeiro (heteronym), O Guardador de Rebanhos ("The Keeper of Sheep"), VI — in A Little Larger Than the Entire Universe, trans. Richard Zenith (Penguin, 2006)
“What is art but the denial of life?”
Ibid., p. 174
The Book of Disquiet
Original: Que é a arte senão a negação da vida?